Por Marcelo Sheepdog
Andar nas ruas da cidade, seja em São Paulo, seja no Rio de Janeiro… ou qualquer lugar no Brasil ou no mundo, algumas providências são inevitáveis. É inegável que vivemos tempos obscuros e aquele que acredita que o mal não existe, ou está inconsciente ou vive em outro planeta.
O ser humano é corrupto por natureza, porém limites morais são imputados à nossa consciência, o que nos faz viver em sociedade. Religião, valores éticos e morais são limitadores do comportamento. Os dias atuais são talvez os dias mais sombrios da humanidade. Digo isto por causa da falta de punições adequadas a crimes cometidos e a normalização e banalização do crime.
Então, o que fazer para salvaguardar você e sua família? A consciência situacional é o fator divisor que define sobrevivência nos grandes centros urbanos e a fatalidade.
Como IAT, precisei durante alguns anos me deslocar com meu armamento de minha residência até meu local de trabalho. E como consequência me lembro que andava tal qual um pardal. Minha cabeça oscilava enquanto dirigia, olhando para direita, esquerda e retrovisor de retaguarda. O tempo inteiro me preparando para o inesperado. Precisava estar atento a qualquer investida do inimigo. Usamos o termo “escanear o ambiente”, mas o que consiste o termo? Escanear o ambiente é fazer uma varredura, uma leitura visual de todo o ambiente ao seu redor. Na rua, trata-se de olhar, observar e decorar cada detalhe. Imagine-se andando em uma rua onde você observa o padrão de casas, ou apartamentos, muros, grades, comércio. Pessoas andando nas ruas, comportamento ou atitudes. Período do dia ou da noite. Movimento de automóveis, ruas e possíveis rotas de fuga caso haja qualquer necessidade de evasão. Sim… você deve sempre estar preparado. Não se trata de ser neurótico ou paranoico, mas um simples preparo e consciência situacional pode te livrar de alguma encrenca.
Quando vou ao centro da cidade, procuro estar atento a quem me aborda para vender algo ou quem se aproxima. Procuro observar atitudes suspeitas. Correria na rua, ou mesmo alguém olhando em minha direção. Evito distrações ao celular e mantenho atenção voltada ao meu redor. Já vi muitos assaltos por distrações. Ou pior.
Certa vez, assisti a um depoimento sobre um menor vendedor de balas que cortou com uma gilete o pescoço de uma mulher no carro por que ela se recusou a comprar. Em um vídeo, um pedinte esfaqueou um senhor sentado bebendo cerveja no Rio de Janeiro por que o mesmo também se recusou a dar dinheiro. Em um metrô na Europa, um homem que passava e do absoluto nada socou uma mulher que esperava o trem enquanto olhava o celular. Ninguém conhece ninguém e estar atento evitando distrações é sim uma necessidade.
Vivemos 3 tipos de cores de alerta: verde, tudo em paz, mais precisamente sua residência ou um local com bastante vigilância e ambiente controlado. Amarelo, quando você está, por exemplo, na rua observando o movimento enquanto se desloca. Já o vermelho… ah, este sugere perigo iminente. Correria ou gritaria, sons de disparos ou confusão à vista.
Na rua, vivemos um alerta amarelo full time, e isto não é excesso, e sim cuidado. Pense bem… Em que nível de alerta você vai querer estar quando o agressor estiver na sua direção?

Marcelo Sheepdog é um sobrevivencialista experiente e renomado instrutor nas áreas de Armamento e Tiro, Sobrevivência Urbana e Treinamento de Sobrevivência em ambientes extremos, como selvas. Com especialização na formação de aeronautas, Marcelo combina profundo conhecimento técnico e prática realista, capacitando seus alunos a enfrentarem situações adversas com confiança e segurança. Sua abordagem pedagógica une disciplina, estratégia e habilidades essenciais para a sobrevivência em cenários desafiadores.