Olá,
Sou Daniel, especialista com mais de 20 anos de experiência em proteção executiva, atuando na defesa de empresários e suas famílias. Chegando aos 50 anos, decidi compartilhar com você o que aprendi ao longo dessa jornada. Descobri que muitas táticas que usamos no alto nível da segurança podem — e devem — ser aplicadas por qualquer cidadão comum.
Mesmo que você não tenha milhões para investir em guarda-costas e tecnologias de ponta, há sim muito que pode fazer.
Segurança começa no comportamento.
Vamos à segunda parte da nossa conversa? Hoje falaremos sobre segurança no veículo, desde a saída da garagem até o retorno para casa.
- Antes de sair: olhos atentos no ambiente
A primeira atitude de segurança acontece antes mesmo de ligar o carro.
Observe com atenção os arredores da sua casa. Há algum veículo estranho estacionado nas imediações? Pessoas no interior de carros desligados? Alguém em pé na calçada com comportamento diferente?
Seja realista: você conhece sua rotina — e quem quer fazer algo contra você, também pode conhecer.
Recomendo fortemente a instalação de câmeras externas voltadas para o portão, de preferência com acesso remoto via celular. Elas permitem que você visualize o entorno antes de se expor ao abrir o portão.
- Estacione sempre de ré
Essa dica simples é uma das mais valiosas:
Ao chegar ou sair de casa, estacione seu veículo de ré.
Vantagens:
Você amplia o campo de visão para detectar ameaças.
Reduz o tempo de resposta em caso de emergência.
Em situação crítica, seu veículo pode se tornar uma ferramenta de evasão ou até de defesa ativa.
Esse tipo de manobra também demonstra controle e planejamento — dois fatores que contam muito em segurança pessoal.
- Cinto de segurança: estratégia consciente
Para quem porta arma de fogo legalmente, como é o meu caso, compartilho uma tática pontual que utilizo no dia a dia:
Na saída de casa: somente clipo o cinto de segurança depois que já me afastei do portão. Isso me dá liberdade de movimento caso precise reagir a algo inesperado.
Na volta para casa: ao me aproximar da garagem, antes de iniciar a manobra para estacionar, solto o cinto. É o momento em que minha atenção precisa estar 100% no entorno, e meus movimentos livres para reagir.
🔺 Importante: isso não significa andar sem cinto. O cinto de segurança salva vidas e deve ser usado. Esta técnica é aplicada somente nos momentos críticos de saída e chegada, onde o risco e a necessidade de reação são mais sensíveis.
- No retorno para casa: atenção redobrada
A aproximação da sua residência é um dos momentos mais vulneráveis do trajeto. Portanto:
Reduza a velocidade antes da sua rua.
Observe o movimento com atenção: pessoas paradas, motos desacelerando, veículos que parecem estar esperando algo.
Caso perceba qualquer atitude suspeita, não entre. Dê uma volta no quarteirão, ligue para alguém, mude o trajeto. Nunca “forçe a entrada” se sentir que algo está errado.
Assim que verificar que tudo está normal, estacione novamente de ré e entre com tranquilidade.
- Sua rotina é o maior inimigo da sua segurança
Uma das frases mais repetidas no meio profissional da segurança é:
“Quebre sua rotina. A rotina é o seu maior inimigo.”
Criminosos estudam hábitos.
Se você sai no mesmo horário, faz sempre o mesmo caminho e volta pelos mesmos lugares, você se torna previsível.
🔄 Altere seus trajetos e horários sempre que possível.
Use caminhos diferentes, inverta a ordem dos compromissos, mude o horário de saída e retorno. Pequenas mudanças dificultam o rastreio e tornam qualquer tentativa contra você mais difícil e arriscada para o agressor.
- Locais de risco exigem atenção total
Sabemos que nem sempre é possível evitar locais com alto índice de criminalidade. Quando isso acontecer, eleve sua consciência situacional ao máximo:
✅ Mantenha distância segura do carro da frente.
✅ Verifique constantemente seus retrovisores.
✅ Não use o celular em semáforos ou locais isolados.
✅ Se possível, instale películas de segurança nos vidros — com transparência legalizada, mas suficiente para reduzir a visibilidade de fora para dentro.
✅ Esteja sempre com rota de fuga mentalmente mapeada.
Lembre-se: a diferença entre o alvo e o sobrevivente está na antecipação.
Conclusão
Prevenir é um gesto de amor por você e por quem depende de você.
Você pode não ter um carro blindado ou um time de segurança particular, mas tem o bem mais valioso de todos: a sua mente treinada e consciente.
Com pequenas atitudes e hábitos diários, você constrói uma rotina de autoproteção eficaz, acessível e que pode fazer toda a diferença.
Nos vemos na parte 3 da nossa série.
Se essa mensagem fez sentido para você, compartilhe com quem precisa.
Forte abraço,
Daniel
Mais de 20 anos em proteção executiva
Agora ajudando você a proteger o que é seu

Instrutor IAT