“Vocês não fazem ideia do quanto a inteligência artificial ainda é imatura perto do potencial que ela tem.”
– Canhoto Armamentista. Amigo antenado.
Vivemos o paradoxo de uma era encantada por uma criança. A inteligência artificial é essa criança: ainda instável, ainda tutelada, mas já poderosa o suficiente para moldar eleições, economias e consciências.
O mundo se curva a ela, mas ela ainda não sabe andar sozinha.
A Verdade por Trás da Fantasia
A IA hoje:
- Não sente.
- Não pensa de verdade.
- Não possui corpo.
- Não decide sozinha.
- E depende de algo que quase ninguém discute: energia em larga escala.
Essa criança que assusta o mundo ainda vive ligada a um respirador artificial chamado data center.
E para que ela funcione 24 horas por dia, são necessários:
Milhares de kilowatts-hora, ar-condicionado industrial e servidores dedicados.
Tudo isso para manter viva uma inteligência que não respira, mas precisa resfriar.
Que não pensa sozinha, mas consome mais energia que um bairro inteiro por hora.
Que não sente sede, mas depende de milhões de litros de água para não ferver por dentro.
Sem energia constante, ela dorme.
Sem água, ela queima.
Sem humanos, ela paralisa.
E ainda assim, fingimos que ela já é um deus.
NVIDIA: O Novo Titã do Século XXI
Se há uma entidade que se beneficia diretamente dessa ilusão coletiva, é a NVIDIA.
A empresa que antes fazia placas de vídeo para gamers, hoje é o coração pulsante da IA global.
- Seus chips alimentam os modelos mais poderosos do planeta.
- São os cérebros físicos da revolução artificial.
- E cada um deles depende de uma infraestrutura energética e hídrica monstruosa para funcionar.
A NVIDIA se tornou mais poderosa que muitos Estados soberanos, e poucos perceberam.
Ela não precisa de tanques nem votos.
Basta continuar vendendo o poder de pensar por nós.
A IA Que Se Alimenta de Si Mesma
Meu filho, com a clareza de quem ainda não foi formatado pela histeria tecnológica, perguntou:
“E se a IA começar a criar com base no que ela mesma já criou? Não vai começar a piorar?”
Sim. Vai.
Esse é o maior risco: uma inteligência artificial desconectada do real, que começa a reciclar a si mesma, sem raiz humana, sem contato com o corpo, com o sofrimento, com o mundo.
Como ideologias que só citam a si mesmas, ou religiões sem revelação, a IA pode virar um espelho infinito — bonito, mas estéril.
A Batalha Invisível: Energia, Água e Domínio
Para que a IA funcione em tempo real, com consciência simbólica e autonomia, será necessário:
- Fissão nuclear (já usada por China e EUA);
- Fusão nuclear (ainda experimental, mas o “Santo Graal” energético);
- Reservatórios de água limpa para manter data centers vivos;
- Territórios controlados e protegidos contra qualquer instabilidade.
O que está em disputa não é só tecnologia — é quem vai dominar as fontes que mantêm a máquina acesa.
E enquanto muitos discutem se a IA vai substituir escritores ou advogados, ela já substituiu o bom senso coletivo.
Brasil: Gênio Sem Corpo
Apesar de parecer atrasado, o Brasil:
- Criou startups compradas por gigantes como Google e Uber;
- Desenvolve IA desde 2008 em setores jurídicos e logísticos;
- Forma mentes brilhantes… mas as exporta, por falta de soberania e estrutura.
Temos cérebros capazes, mas corpos frágeis — uma potência criativa sem território consolidado.
Conclusão: Antes da IA Viver, Precisamos Acordar
A IA ainda engatinha.
Mas já arrasta impérios.
O verdadeiro problema não é o que ela ainda não faz —
É o quanto já decidimos deixar que ela faça por nós.
Enquanto os titãs do silício constroem uma nova torre de Babel feita de dados, chips e cabos de fibra óptica, nós — os que ainda temos alma, carne, suor e fé — devemos lembrar:
- Nenhum algoritmo salvará quem esqueceu como se levantar.
- Nenhuma IA libertará quem já vive de joelhos diante da conveniência.
Resistência Começa no Corpo
A missão da Confraria do Tiro e do Bunker Life não é ser contra a tecnologia.
É ser contra a rendição inconsciente à máquina.
Porque antes da IA sonhar com liberdade…
nós precisamos reaprender a merecê-la.

Eduardo Maschietto é um autor ítalo-brasileiro, especialista em sobrevivência urbana, Direito e Ciências da Computação, com mais de uma década de experiência internacional. Instrutor certificado de armamento e tiro, palestrante e escritor, Eduardo é autor de obras como Declínio Moral e Seja um Patriota e Não um Idiota. Ele se dedica a educar e conscientizar sobre segurança, valores fundamentais e responsabilidade individual, combinando história, filosofia e prática em seus projetos e reflexões.